terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aveirenses Ilustres | Casa dos Morgados da Pedricosa





Na próxima quarta-feira, dia 14 de Dezembro, pelas 18h30 vamos realizar a última sessão do 4º. Ciclo de Palestras Sobre Aveirenses Ilustres, no auditório do Museu da Cidade, evocando a figura de Jorge Botelho de Eça, proprietário da “Casa Morgados da Pedricosa”. O orador será o Dr. José António Christo.

A denominada Casa dos Morgados da Pedricosa é uma das mais interessantes edificações aveirenses, datável entre os últimos anos de seiscentos e os primeiros da centúria seguinte. Situada dentro do perímetro das muralhas da antiga Vila, no alinhamento do Convento de Jesus de Aveiro, a sua fachada deitava para a Rua de Jesus e o seu flanco direito para a Viela da Nora, hoje a Rua Príncipe Perfeito.
Foi, segundo podemos interpretar pela leitura da pedra de armas da sua fachada, a residência de Jorge Botelho de Eça, descendente da geração dos Eças de Santa Comba Dão, Familiar do Santo Ofício, por carta de 16 de Junho de 1687, que exerceu os cargos de Juiz dos Direitos Reais e Escrivão da Câmara (1673 a 1701) e Almotaçaria da mui nobre e notável vila de Aveiro, pelo que ostenta um escudo esquartelado por Botelhos, por via feminina na sua mãe, Amélia Botelho de Proença, e Eças, pelo pai, João de Eça Teles (b. 3-2-1613), também ele escrivão da Câmara de Aveiro. A sua naturalidade não foi ainda apurada sendo referidos, por diferentes autores, Manteigas ou Aveiro como lugar do seu nascimento.
A ligação à Casa da Pedricosa, que se localiza a caminho do Vale de Ílhavo, efectiva-se através do casamento de Jorge Botelho com D. Joana de Almeida, sua primeira mulher, com quem casa em Vagos, em Janeiro de 1682, filha de Tomás da Cunha da Fonseca, natural desta localidade, e de D. Maria de Almeida, natural da Pedricosa.
Jorge Botelho lega a Aveiro, não só os resultados dos prestigiosos e importantes cargos que exerceu, mas também um imóvel que será aquele que mais evidentemente perpetua a sua memória, assinalando ainda hoje a sobriedade e rigidez da arquitectura civil portuguesa chã, a que a fidalguia local foi sensível.


Fontes: O Distrito de Aveiro, nas Habilitações do Santo Ofício, por Jorge Hugo Pires de Lima, Coimbra, 1968, Vol. XXXIV, p.308; Vagos e Casamentos, ADA – Arquivo do Distrito de Aveiro, fls.307v-308.

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